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quarta-feira, 31 de março de 2010

Satyros no escuro


Em 1995 após 3 anos em Portugal a trupe de Ivam Cabral volta à Curitiba onde tinha sede, mas ainda mantinha o teatro e as oficinas em Lisboa. Em 2000 o grupo retorna definitivamente para São Paulo. Eles buscavam agora um palco paulistano, um espaço onde pudessem desenvolver seus projetos. Ivam e Germano Pereira, ator catarinense que há pouco havia se juntado ao grupo, rodaram o centro de São Paulo em busca do imóvel ideal.


Depois de alguns dias de caminhadas e procura, a dupla encontrou na Praça Roosevelt um imóvel com as paredes sem pintura, o chão sem acabamento e até uma fossa aberta no meio do salão, e mesmo nessas condições deploráveis eles não titubearam e decidiram que seria ali a nova sede da Cia Satyros. Os atores da companhia que nunca fugiram do trabalho pesado pintaram as paredes, arrumaram o banheiro e limparam a casa toda. A pintura do piso foi terminada horas antes da estreia de "Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte", do espanhol Ramón del Valle-Inclán, "A gente ficava rezando para secar antes de os convidados chegarem", conta Germano.


Os Satyros sempre encontraram obstáculos em sua trajetória e não seria diferente na sua instalação na Praça Roosevelt. A limpeza e a reforma da casa foram a parte mais fácil nesse novo começo, ao chegar à Praça o grupo se deparou com a degradação daquela região, e despertaram a hostilidade de traficantes, ladrões, prostitutas e michês que dominavam a região. E era durante a noite que eles percebiam o quanto estavam incomodando, quase toda noite as luzes da Praça eram apagadas clandestinamente, a Eletropaulo era chamada para fazer a religação, mas na noite seguinte mais um apagão. A tentativa de intimidação não parou ai, a Cia recebeu ameaças por telefone de que haveria derramamento de sangue.


O grupo não cedeu aos boicotes e ameaças, permaneceu firme e ainda abriu um bar com mesas na calçada. E continuaram a estrear novos espetáculos, fizeram adaptação de "De Profundis", de Oscar Wilde. Encenaram "Antígona", de Sófocles. Montaram a peça de uma dramaturga alemã, Dea Loher, sobre os moradores da própria praça Roosevelt. Um dia, simplesmente, as luzes deixaram de ser apagadas.


Simone Amorim

segunda-feira, 29 de março de 2010

Luxo e lixo na Praça Roosevelt



Os artistas e intelectuais que costumam frequentar a Praça Roosevelt têm agora mais uma opção de restaurante onde podem tomar uma cerveja e jogar conversa fora. A nova alternativa é o restaurante-cachaçaria Rose Velt, que resultou da parceria entre a Cia de teatro Satyros e os sócios Fabio Delduque, Miguel Uchoa, Sergio Campanelli, Carlos de Oliveira, Rodolfo Vazquez e Ivam Cabral.


O restaurante teatral se difere dos demais da região pela sofisticação, o artista plástico Fabio Deuduque, responsável pelo projeto de interiores, disse ao UOL Estilo que ele e os sócios procuravam um espaço que fosse a cara de São Paulo e que olharam muitos pontos antes de escolherem o galpão de 180 m² no número 124 da Praça Roosevelt. Deuduque apostou no conceito “Luxo do Lixo”, para conceber a reforma e decoração da casa ele usou luzes cenográficas que reforçam o clima dramático e ainda misturou peças assinadas de mobiliário com cartazes de peças teatrais, tecidos reciclados, tampas de bueiros e muitos outros cacarecos que viraram obras de arte nas paredes, pisos e mesas.


Os sócios quiseram se antecipar ao projeto proposto pela Prefeitura de São Paulo para a revitalização da Praça Roosevelt, região que tem sido destaque na noite paulistana com seus botecos e grupos teatrais, mesmo com a criminalidade a cerca. Deuduque afirma essa intenção ao dizer: “Não dá para entrar aqui e reviver, não só a história teatral paulistana, mas a da própria praça, com seu lixo, pessoas em situação de rua, boêmios e poetas. É isso o que o Rose Velt quer mostrar, que tudo está integrado”.

Rose Velt foi inaugurado em setembro de 2009, e quem comanda a cozinha especializada em pratos italianos é o badalado chef Carlos de Oliveira, o Carlão.


Restaurante-Cachaçaria Rose Velt
Praça Franklin Roosevelt, 124 - Consolação, São Paulo/SP
Horário de funcionamento: De quarta a domingo, das 18h à 1h
Acesso para pessoas com deficiência
Informações: (11) 3129-5498


Simone Amorim

quarta-feira, 24 de março de 2010

SATYROS EDUCAÇÃO

Por Simone Amorim

Proposta
A Companhia de Teatro Os Satyros, da Cooperativa Paulista de Teatro, uma das mais importantes trupes do teatro brasileiro, criou um núcleo de trabalho voltado única e exclusivamente para as questões da educação. O projeto "Satyros Educação" tem como principal objetivo conscientizar, principalmente crianças e adolescentes, da importância da cidadania através do teatro.O primeiro passo deste projeto foi dado no início do ano de 2007 com a montagem de um espetáculo infantil "O Dia das Crianças". Com texto de Sérgio Roveri e direção de Ivam Cabral, a peça fez apresentações nos teatros dos CEUs e falava de um reino que atravessou uma época difícil, marcada por guerras, conflitos sociais, falta de segurança e medo, onde as crianças pararam de nascer. Era tão difícil sobreviver naqueles tempos cruéis que todos já nasciam adultos e a infância chegou ao fim.A peça propôs nos teatros onde foi apresentada a questão do debate entre crianças de cinco a doze anos. Ao término de cada apresentação, o elenco discutia o papel da criança na sociedade atual, seus deveres e seus direitos com as próprias crianças.

Montagens
O Dia das Crianças
De Sérgio Roveri
Direção: Ivam Cabral
Elenco: Cléo De Páris, Fábio Penna, Rodrigo Frampton, Tiago Leal, Rodrigo Gaion e Zeza Mota
Participação em vídeo: Paulo Autran, Renato Borghi, Adriane Galisteu, Denise Fraga, Lucélia Machiaveli, Parlapatões e atores do grupo Os SatyrosMarço de 2007, Céu Três Lagos, São Paulo
Cidadão de Papel
De Sérgio Roveri, a partir da obra de Gilberto Dimenstein
Direção: Ivam Cabral
Elenco: Alessandro Hernandez, Gustavo Ferreira, Marcos Ferraz, Priscila Dias, Rafael Ferro, Renata Bruel e Tiago MoraesAgosto de 2007, Teatro da Vila, São Paulo
Esse Rio é Minha Rua
Texto e direção: Rodolfo García Vázquez
Elenco: Gisa Gutervil e Marcelo TomásMúsicos: Luis Carreiro e Giovani CarreiroOutubro de 2008, EMEF Gabriel José Martins e EE Professor José Carlos da Silva, no município de Barbosa/SP
(vou colocar quando chegar em casa)

domingo, 21 de março de 2010

Satyrianas, há 20 anos saudando a primavera


Em agosto desse ano a Satytianas completa 20 anos . A maratona cultural Satyrianas nasceu de uma galhofa de um dos fundadores da Cia de teatro Os Satyros, Ivam Cabral, que recebeu um presente inusitado de um ator do grupo. O mimo era a agenda de uma importante empresa nacional, na qual havia contatos de artistas, empresários e políticos.


Ao receber o presente Ivam não pensou duas vezes, pegou o telefone e começou a passar trote para essas pessoas da agenda, uma grande molecagem. E foi durante essa brincadeira que ele teve o "click" de produzir uma maratona de 24 h ininterruptas para celebrar a chegada da primavera. Uma festa à cultura não só com trabalhos teatrais, mas também com apresentações circenses, de música, literatura, cinema, história em quadrinhos e artes de rua.


Todas essas ideias borbulhavam na cabeça do ator, enquanto conversava com mais uma vítima, a cantora Vanusa, a quem ele se apresentou com um nome falso e disse que pretendia fazer um evento para saudar a primavera, e a convidou para cantar Manhãs de Setembro, andando na rua em plena madrugada. Mais absurda que essa proposta foi a aceitação de imediato, Vanusa ficou encantada e entusiasmada com as ideias, então Ivam para não entregar o trote inicial, disse que o “Ivam Cabral” faria outro contato no dia seguinte para acertarem os detalhes.


E foi assim que o ator e produtor idealizou as Satyrianas, uma celebração dionisíaca em homenagem ao poder do teatro, e o que era para durar 24 h completou 72 h de apresentações com a participação de muitos dos contatos daquela bendita agenda.

Simone Amorim


quarta-feira, 10 de março de 2010

Artistas X Imprensa

Por Natalia Maria

IMPRENSA ALÉM DO PAPEL DE INFORMAR
O jornalista é perceptível e criativo, assim como o artista

“Há dificuldades entre os dois ambientes da vida pública: os artistas e a imprensa”, disse Caetano Veloso em entrevista sobre o papel da imprensa no Brasil. O cantor acompanha o trabalho de jornalistas há anos, o período mais influente segundo ele foi à ditadura militar, em que teve suas canções frequentemente censuradas, onde demonstrava sua posição esquerdista. Para o artista eles eram os criadores da época, a imprensa apenas noticiava ou imitava, e afirma que é assim até hoje.
Divergências surgem a partir da posição de Caetano Veloso, no mesmo evento o autor e jornalista e criador do observatório da imprensa, Alberto Dines, fala em um de seus livros que o jornalista é o profissional da indagação, do questionamento. Vulnerável as tendências é perceptível e criativo, assim como o artista.
Ambas as profissões necessitam do público para terem sucesso, as duas fazem o que a maioria das pessoas não podem fazer. Os artistas trazem a música, a dança, à interpretação, a tela que encanta que entretém a massa. A imprensa sai à frente e informa, questiona, descobre o que nem sempre esta a vista para levar ao conhecimento comum.

Matéria produzida por NATALIA MARIA DA SILVA para resposta do ENADE 2009, como trabalho para obtenção de nota em Revisão de Texto I - UNIFIEO

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quarta-feira, 3 de março de 2010

ESPETÁCULO EM CARTAZ

Por Natalia Maria

ALGUEM PRA CHAMAR DE SEU

Sinopse: É um espetáculo que aborda várias formas de relação e o drama das pessoas que estão à procura do amor, mesmo que inconscientemente. O que as pessoas são capazes de fazer para se sentirem amadas? É possível o amor sobreviver a um cotidiano devastado pela solidão, pela procura incessante de sexo e pela manipulação e frivolidade das relações? Essas perguntas são o fio condutor da peça sobre prostituição. Afinal, todos querem alguém pra chamar de seu.
Texto: Paulo Coronato, Suzana Pires, Carlos Fariello, Vitor Neto, Pablo Diego, Gui Paiva
Direção: Marcio Macena
Elenco: Gui Paiva, Murilo Cunha
Quando: Sexta e Sábado às 21:30h
Onde: Espaço dos Satyros Um, pça Roosevelt, 214
Quanto: R$ 20,00; R$ 10,00 (Estudantes, Classe Artística e Terceira Idade); R$ 5,00 (Oficineiros dos Satyros e moradores da Praça Roosevelt)
Lotação: 70 lugares
Duração: 50 min
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama/Comédia
Temporada: 15 de janeiro a 27 de fevereiro de 2010.
* tempora estendida até 06 de março de 2010.